DE VOLTA À BRIOSA, ROBSON AGONDI DESEJA FAZER HISTÓRIA NO CLUBE DE CORAÇÃO

Com passagens por clubes dos quatro cantos do País e vários títulos conquistados, o atual preparador de goleiros da Portuguesa Santista (SP) quer ajudar o time com sua experiência

Com passagens por clubes dos quatro cantos do País e vários títulos conquistados, o atual preparador de goleiros da Portuguesa Santista (SP) quer ajudar o time com sua experiência

Se a Portuguesa Santista depender de experiência para fazer uma boa temporada, o torcedor já pode ficar bastante esperançoso. Além de Edu Marangon, gerente de futebol do clube e ex-craque da Seleção Brasileira, e de Preto, ex-zagueiro do Santos Futebol Clube, há outro profissional com muita cancha a ensinar ao elenco.

O perfil atencioso e a serenidade nas mãos faz com que você pense que se trata de um recém-formado em Educação Física. Mas o preparador de goleiros da Briosa, Robson de Oliveira Agondi, possui muita história para contar e, consequentemente, muito a oferecer.

Revelado nas categorias de base do Santos, Robson é o que chamamos de “andarilho do futebol”. Com passagens por clubes dos quatro cantos do País e sete títulos na elite de cada estado, ele já esteve, inclusive, em uma final de Brasileirão. Infelizmente, a arbitragem atrapalhou os planos do Peixe  ( e consequentemente do goleiro reserva) naquela fatídica decisão contra o Botafogo, em 1995.

Reserva de Edinho, Agondi estava naquela polêmica final do Brasileirão de 1995, entre Santos e Botafogo

Reserva de Edinho no Santos, Agondi estava naquela polêmica final do Brasileirão de 1995, contra o Botafogo

Descoberto pelo ex-treinador Edjard Roberto Ferreira, o Ararinha, técnico da equipe infantil da Vila Belmiro, ele assinou com o time alvinegro em 1986 e lá permaneceu até 1997. Era reserva de um de seus goleiros preferidos, Sérgio Guedes, que sempre o aconselhava. Antes, nas categorias de base, já havia tido contato com o chileno Rodolfo Rodríguez, um dos melhores goleiros da história alvinegra. “Adorava o Rodolfo e sempre me espelhei no Sérgio. Foram 11 anos de aprendizado”, diz.

Poderia ter sido mais, se o arqueiro tivesse sido melhor aproveitado. Isso porque ele esperava ganhar uma sequência de jogos na meta santista, o que nunca aconteceu. “Depois do Sérgio, a diretoria sempre trazia um goleiro mais experiente. Eu jogava uns quatro jogos e depois voltava para o banco de reservas. Esperava ganhar uma sequência, como o que ocorreu com o Felipe entre 2007 e 2008 e com Rafael desde 2010”, lamenta.

No Pará, Robson jogou nos dois principais times do estado e ganhou três titulos em três anos

No Pará, Robson jogou nos dois principais times do estado e ganhou três titulos em três anos

Após o vice-campeonato nacional, Robson decidiu buscar valorização em novos horizontes. E foi no Pará que ele conseguiu a titularidade e gritou “É campeão” pela primeira vez como profissional. Gostou tanto que conquistou logo três taças. Em 1996, foi campeão estadual pelo Remo, repetindo o feito no ano seguinte. Em 98, acertou a transferência para o arquirrival Paysandu e conquistou o Campeonato Paraense pela terceira vez consecutiva.

Tal feito despertou o interesse do Flamengo (RJ) onde viria a ganhar seu quarto título estadual seguido, além da Copa Mercosul. De volta ao Paysandu, foi novamente campeão paraense e da extinta Copa dos Campeões, torneio que reunia campeões estaduais do Nordeste e do eixo Rio-SP  e que garantia uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Antes de se aposentar, Robson ainda jogou por Botafogo (SP), Londrina (PR), Paraguassuense (SP), Pelotas (RS), São Vicente (SP), América (RN), Jabaquara (SP) e Portuguesa Santista (SP).

O bom filho, à casa, torna

Robson na PortuguesaDe volta à Briosa em 2013, agora como preparador de goleiros, ele tem a missão de preparar os jovens Clebão, Alisson e Vinicius para os desafios que o futebol lhes proporcionará e devolver a equipe de Ulrico Mursa aos patamares mais altos do futebol paulista. Nada muito difícil para alguém que já levou a Portuguesa a vencer o Corinthians e arrancar um empate heróico com o São Paulo, em partidas memoráveis pelo Paulistão de 2001.

Ele lembra que ambos tinham grandes elencos naquele ano. O Timão, por exemplo, tinha Ricardinho, Marcelinho Carioca, Paulo Nunes, Scheidt, Gléguer (goleiro), Luizão, entre outros… A equipe foi, aliás, a campeã daquele ano. Com tantos nomes, o Corinthians começou vencendo, com um gol de Luizão. “Mas o time não se abateu e conseguimos virar o jogo. Vencemos por 2 a 1”, relembra.

Contudo o confronto mais emocionante para ele curiosamente não foi uma vitória. Naquele mesmo ano, a Portuguesa recebeu o Tricolor Paulista com o estádio lotado. “Na época, o Ulrico Mursa era ainda maior”. A exemplo do jogo contra o Timão, a Briosa novamente saiu atrás no placar, sofrendo dois gols logo no início.

Porém, quando os donos da casa diminuíram para 2 a 1, a equipe rubro-verde cometeu um pênalti e poderia ter complicado ainda mais sua situação. Poderia.. Pois Robson defendeu a cobrança de Belletti. “Fui buscar no canto direito”, recorda o arqueiro, antes de frisar a importância de sua defesa para a sequência do jogo. “Isso acabou ajudando a equipe a se reerguer emocionalmente e ainda no primeiro tempo”. Na volta do vestiário, a história se repetiu. “Sofremos outros dois gols e novamente fomos em busca do empate heróico”, relata. Foi o jogo mais emocionante do qual me lembro. Não dá pra esquecer. Tenho até gravado lá em casa”.

Orgulhoso de sua carreira, Robson possui um clipping (arquivo midiático) de todas as reportagens em que apareceu desde a estreia no time infantil do Santos. “A vitória contra o Corinthians, por exemplo, tenho os melhores momentos. Assisto de vez em quando”.

Em 1991, Agondi enfrentou Rogério Ceni, seu goleiro preferido na atualidade

Em 1991, Agondi enfrentou Rogério Ceni, seu goleiro preferido na atualidade

Mesmo com tanta rodagem pelo País, nunca se aventurou pelo Exterior. Mas confessa que teria aceitado uma boa proposta. “Tudo o que o jogador quer, além do reconhecimento, é a independência financeira para se manter e ainda ajudar a família a ter uma vida melhor. Eu joguei em uma época em que goleiro brasileiro não era bem visto pelos times europeus”. Algo que, segundo ele, acabou com o surgimento de Taffarel. “Depois, ainda vieram Dida, Marcos, Rogério Ceni, Júlio César… Nosso País passou a ‘fazer escola’ na posição”, explicou.

Melhor goleiro do mundo para ele? Peter Cech, do Chelsea. Entretanto o “andarilho” prefere valorizar os talentos nacionais. “O Rogério Ceni, pela visão, maturidade e precisão que tem, é um ícone para qualquer um que aprecie futebol”. E é esse patriotismo que o faz defender, por exemplo, a permanência de Neymar no futebol brasileiro. “Ele não precisa sair. A única diferença de marcação entre aqui e a europeia vem da própria arbitragem, que deixa o jogo correr mais lá fora. Isso vale para as atuações pela Seleção Brasileira também”.

Opiniões a parte, fato é que sua experiência e paixão pelo futebol só vieram a acrescentar ao elenco da Portuguesa, que já conta com o técnico vice-campeão da Segundona do ano passado, Cristiano Troisi, e com o ex-craque da Seleção Brasileira, Edu Marangon. Os adversários que se cuidem. A Briosa pede passagem e não quer ser coadjuvante. Ela quer títulos! E, de títulos, essa turma entende…

ESTE PERFIL SAIU EM DIVERSOS VEÍCULOS, COMO OS PORTAIS DE A TRIBUNA E GLOBO ESPORTE. OS LINKS SEGUEM ABAIXO:

http://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/futebol/times/portuguesa-santista/noticia/2013/02/preparador-relembra-momentos-marcantes-no-gol-da-briosa.html

http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=182814&idDepartamento=2&idCategoria=0

http://www.gazetaderondonia.com.br/20130224119047/esporte/preparador-relembra-momentos-marcantes-no-gol-da-briosa.html